LOUVADO SEJA - LAUDATO SI


A Encíclica Laudato Si' já é considerada histórica; o documento tem 190 páginas [a Dies Domini, possui 164 páginas] e está sendo elogiada por ativistas, políticos e religiosos.

A razão da carta é que as agressões ambientais são "um pequeno sinal de crise ética, cultural e espiritual da modernidade", nas palavras de Mario Bergólio.

O documento tem os seguintes argumentos:
1) O aquecimento global é real
2) O aquecimento global é resultado principalmente da ação do homem
3) Os países ricos têm uma "dívida ecológica" com os países pobres
4) Criação de fortes instituições internacionais
5) Pressão sobre líderes políticos e sacrifício individual
[BBC]

A carta começa com uma citação do padroeiro de Bergólio, do qual leva o nome. É um canto de São Francisco - "Louvado se­jas, meu Senhor », cantava São Francisco de As­sis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: « Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras".

O documento tem 6 capítulos:
I.O que Está a Acontecer em Nossa Casa
II.O Evangelho da Criação
III.A Raiz Humana da Crise Ecológica
IV.Uma Ecologia Integral
V.Algumas Linhas de Orientação e Ação

Mas é no último capítulo que a atenção é voltada para as declarações se voltam para o domingo. O primeiro dia da semana é apenas mencionado, e não é colocado como solução para a crise ecológica. É um incentivo para a Eucaristia, ou a comunhão praticada neste dia.

O capítulo seis tem 7 seções e é na sexta seção que o domingo é mencionado.

Capítulo VI - Educação e Espiritualidade Ecológicas
1.Apontar Para Outro Estilo de Vida
2.Educar para a Aliança entre a Humanidade e o Ambiente
3.A Conversão Ecológica
4.Alegria e Paz
5.O Amor Civil e Politico
6.Os Sinais Sacramentais e o Descanso Celebrativo
7. A Trindade e a Relação com as Criaturas

 Segue o trecho onde o domingo é mencionado na carta papal:
"Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambien­te, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira.
A participação na Eucaristia é especial­mente importante ao domingo. Este dia, à seme­lhança do sábado judaico, é-nos oferecido como dia de cura das relações do ser humano com Deus, consigo mesmo, com os outros e com o mundo. O domingo é o dia da Ressurreição, o « primeiro dia » da nova criação, que tem as suas primícias na humanidade ressuscitada do Senhor, garantia da transfiguração final de toda a realida­de criada. Além disso, este dia anuncia « o des­canso eterno do homem, em Deus ». Assim, a espiritualidade cristã integra o valor do repouso e da festa. O ser humano tende a reduzir o descan­so contemplativo ao âmbito do estéril e do inútil, esquecendo que deste modo se tira à obra rea­lizada o mais importante: o seu significado. Na nossa actividade, somos chamados a incluir uma dimensão receptiva e gratuita, o que é diferente da simples inactividade. Trata-se doutra maneira de agir, que pertence à nossa essência. Assim, a acção humana é preservada não só do activismo vazio, mas também da ganância desenfreada e da consciência que se isola buscando apenas o bene­fício pessoal. A lei do repouso semanal impunha abster-se do trabalho no sétimo dia, « para que fôlego o filho da tua serva e o estrangeiro resi­dente » (Ex 23, 12). O repouso é uma ampliação do olhar, que permite voltar a reconhecer os di­reitos dos outros. Assim o dia de descanso, cujo centro é a Eucaristia, difunde a sua luz sobre a semana inteira e encoraja-nos a assumir o cuida­do da natureza e dos pobres."

Para o mundo político e religioso essa carta é histórica pelas medidas ambientais ali sugeridas.
Mas, quem está sendo louvado?
Deus, ou homem Mario Bergólio?

A ENCÍCLICA PAPAL SOBRE O DOMINGO


"Em uma encíclica divulgada em 18 de Junho de 2015, o papa Francisco expôs seus argumentos científicos, teológicos e morais para que sejam desenvolvidas estratégias contra as mudanças climáticas, classificadas por ele como "urgentes e inadiáveis".

O papa descreveu o dano contínuo à natureza como "um pequeno sinal de crise ética, cultural e espiritual da modernidade".

Encíclicas são circulares papais dirigidas a bispos de todo mundo (e, como resultado, aos fiéis) informando a posição da Igreja Católica sobre determinados assuntos. A solução, segundo o pontífice, vai exigir um alto grau de sacrifício e o que chamou de uma "corajosa revolução cultural" em todo o mundo". [BBC]

Apesar de muitos relacionarem essa encíclica de Mario Bergólio uma iniciativa para a imposição do domingo como dia sagrado, é preciso mencionar uma encíclica muito mais direta ao domingo, de João Paulo II, a Dies Domini.

Divulgada a 31 de Maio de 1998, a encíclica Dies Domini começa com o seguinte:

"O dia do Senhor como foi definido o domingo, desde os tempos apostólicos, mereceu sempre, na história da Igreja uma consideração privilegada devido à sua estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de facto, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitoria de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento da Primeira criação e o início da nova criação (cf 2 Cor 5,17. É o dia da evocação adorante e grata do primeiro dia do mundo e, ao mesmo tempo, da prefiguração, vivida na esperança, do ultimo dia», quando Cristo vier na gloria".

Talvez, não houve documento papal como a Dies Domini, para exaltação do domingo, como Dia do Senhor.

A carta papal, Laudato Si', busca um caminho efetivo parta tornar o domingo reconhecido mundialmente; se a Dies Domini foi uma razão teológica, esta última é uma razão política.

No entanto a razão ambiental não será a força que o Vaticano terá para estabelecer o domingo como Dia do Senhor em todo o mundo, com força de lei.

"E então o grande enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus estão motivando esses males. A classe que provocou o descontentamento do Céu atribuirá todas as suas inquietações àqueles cuja obediência aos mandamentos de Deus é perpétua reprovação aos transgressores. Declarar-se-á que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverência pelo domingo, são perturbadores do povo, impedindo a sua restauração ao favor divino e à prosperidade temporal" O Grande Conflito, pág.590

A corrupção moral, calamidades e revelações sobrenaturais [espíritos enganadores] levarão as autoridades, finalmente, decretarem a imposição do domingo.

O argumento do ambiente é apenas mais um esforço do papado para buscar essa imposição, mas não será o ponto decisivo para essa lei.

E por fim o própria profecia declara - "E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra
Ap 11.18